PREVIDÊNCIA PRIVADA, PLANEJE SEU FUTURO!
Jaqueline Winchineski Santos
Advogada, Especialista em Direito dos Seguros e Professora de Pós-Graduação
A previdência privada ou previdência complementar é uma modalidade de aplicação financeira cujo objetivo é garantir uma renda mensal no período em que você quer parar de trabalhar, por algum motivo especial, ou simplesmente deseja se aposentar. Elas são comercializadas pelas seguradoras que fazem a gestão dos recursos aplicados.
A aplicação é uma aposentadoria que não está atrelada a previdência social, mas à complementa, como o próprio nome sugere. É uma renda “extra”, um complemento ao benefício pago pela Previdência Social.
Tal investimento é indicado para qualquer pessoa e, principalmente, para quem não tem disciplina para fazer poupança, ou seja, não consegue acumular um valor para complementar a renda do INSS, cujo teto hoje é de R$ 5.189,82. Mas é difícil conseguir se aposentar com este teto, por conta das regras e fórmulas de cálculos previdenciários, que são alterados com o passar dos anos.
Podemos dividir o depósito de previdência privada em dois momentos:
Período de acúmulo das contribuições e período de renda; a primeira é onde você aplica o dinheiro mensalmente e/ou faz depósitos chamados de aportes únicos para acumular mais valores. Já o segundo, que você opta por receber uma renda vitalícia, ou por tempo determinado, também há opção pelo saque de todo o valor acumulado num período e dar o destino que quiser ao dinheiro.
Mas, para render melhor seu dinheiro e acumular um fundo rentável o que fazer?
Importante, adequar o produto a você, por exemplo, se hoje paga imposto de rende é melhor aplicação no fundo PGBL (Plano Gerador de benefício livre), ideal para quem faz declaração de IR, pois ele é dedutível até 12% de sua renda bruta anual. Se não tem o VGBL (Vida Gerador de benefício livre) ideal para as pessoas que fazem declaração simplificada de IR, para quem é isento, para profissionais liberais, ou autônomos que não são tributados na fonte ou para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência.
Tanto o PGBL, quanto o VGBL são regulamentadas pela SUSEP (Superintendência de Seguros privados), o que obriga a seguradora a manter reservas suficientes para garantir os recursos de aposentadoria para os investidores. E, não menos importante, escolher o fundo de rentabilidade, ou seja, você irá escolher entre ter aplicação em renda fixa, e, ou renda variável, com aplicações em ações. Tudo dependerá se você é mais conservador ou arrojado, como se diz no mercado financeiro, ou até mesmo mesclar o investimento.
As taxas de entrada no fundo de investimento, as de carregamento, de administração e de saída poderão ser verdadeiras vilãs para não deixar rentabilizar mais seu dinheiro. Então muito cuidado ao adquirir o produto e o fundo que irá aplicar, avaliando tais taxas, rendimentos, e como há uma flexibilidade em ser modificado o tipo de investimento por você. Esteja atento.
São várias as seguradoras que atuam no mercado financeiro, capturando os recursos para aplicar o dinheiro do cliente, gerenciando este fundo para melhor rentabilizar. É possível também o cliente transferir seu fundo para outra seguradora mais atrativa, mas dever ter atenção redobrada na taxa de saída da instituição.
Importante também que se inicie a contribuição cedo, ou aporte valores para formar uma reserva que possibilitará planejar seu futuro, optando por uma renda, por tempo determinado ou indeterminado. Além da possibilidade de adquirir seguros pessoais, e para sua família.
E, como falar em futuro requer cuidados no hoje, você que está pensando em adquirir plano de previdência complementar, ou já possui um, busque informação clara, precisa. Pense na sua situação financeira, qual regime de tributação está e verifique qual o melhor produto é adequado ao seu perfil.
Importante: exija o contrato do produto, e acompanhe sua aplicação e tenha atenção às simulações de projeções de renda apresentados pelas seguradoras, por vezes não condizentes com a realidade dos rendimentos ofertados que, geralmente, atuam dentro das instituições financeiras (bancos). Lembre-se é preciso planejar o presente para ter tranquilidade futura!